OBRIGADO PELA VISTA

Golpe de Estado no Níger: "França é um parceiro com muitos interesses"

No Níger, os militares levaram a cabo um golpe de Estado, na passada quarta-feira, e Abdurahamane Tchiani, chefe da guarda presidencial, autoproclamou-se ontem como presidente do Conselho Nacional para a Salvaguarda da Pátria", numa decisão justificada pela "instabilidade na região".

Nesta imagem retirada de um vídeo da ORTN, o general Abdourahamane Tchiani faz uma declaração na sexta-feira, 28 de julho de 2023, em Niamey, no Níger. AP

Em entrevista à RFI, Armando Lona, analista político guineense, fala num "contágio" proveniente do Mali e Burkina Faso, que também foram abalados recentemente por golpes militares.

"Eu vejo uma espécie de contágio que veio dos outros países vizinhos, nomeadamente, o Burkina Faso ou o Mali. Esse contágio tem a ver com a situação do terrorismo no Sahel, a situação da segurança na região, mas também uma situação que tem a ver com a geopolítica, portanto, seria um contágio, num país com uma forte tradição de golpes de Estado, uma tradição militarista", começou por referir o nosso entrevistado.


Armando Lona destacou depois o facto de ser preciso olhar com atenção para o tipo de golpe de Estado que está a ser levado a cabo neste país africano, realçando que os reais contornos deste golpe só serão conhecidos nos próximos dias.

"É preciso ver à lupa se é um golpe de Estado revolucionário, que vai no sentido de mudar todo o sistema, como vimos no Mali ou no Burkina Faso, se as narrativas são para formatar todo o aparelho do Estado ou se se trata simplesmente de um golpe de Estado reaccionário, que consiste em preservar o sistema. Não está muito claro porque quem deu o golpe no Níger é um elemento ligado ao sistema, o chefe da guarda presidencial. Não está muito claro esse ponto", salientou ainda o analista.

Fonte: RFI

Ouça aqui a opinião de Armando Lona:

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